domingo, 2 de dezembro de 2007

No meio do caminho

de Carlos Drummond de Andrade
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Estava lendo a 14° edição do jornal cultural Palavras de Um Dia, que é distribuido nas cidades de Viçosa, Mariana e Ouro Preto. Como nesta edição (especial de 2 anos) encontrei uma biografia tão boa do nosso querido poeta-de-óculos-grandes, escrita por Joséllio Carvalho, resolvi reproduzí-la aqui, adaptada:

Mineiro de Itabira, Carlos Drummond de Andrade é um dos mais conhecidos poetas da literatura brasileira. Filho do fazendeiro Carlos de Paula Andrade e D. Julieta Augusta Drummond de Andrade, nasceu em 31 de outubro de 1902.

Foi funcionário público durante a maior parte da sua vida. Somente por causa da insistência de sua família para que tivesse um curso superior, graduou-se em Farmácia, mas sua preferência, desde novo, eram as letras. Chegou inclusive a trabalhar como professor de Português e jornalista.

Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Morais, com quem teve dois filhos: Carlos Flávio (que viveu apenas meia hora) e Maria Julieta, que se tornaria sua grade amiga e confidente ao longo da vida.

Drummond em CaricarutaSua poesia, já traduzida para várias línguas, é profunda e nos convida a rir e refletir sobre as várias fases do nosso cotidiano, tais como: os medos, as tristezas, os amores e as situações embaraçosas. Suas principais obras são, na poesia: Alguma poesia, Brejo das almas, Sentimento do mundo, José, A rosa do povo, A paixão medida, Corpo; e na prosa: Contos de aprendiz, "Fala, amendoeira", Cadeira de balanço, O poder ultrajovem.

A escola de samba "Estação Primeira de Mangueira" o homenageou em 1987, com o samba-enredo "O reino das palavras" e foi campeã do carnaval carioca naquele ano. Em 5 de agosto do mesmo ano, sua filha Maria Julieta faleceu, vítima de câncer. Após 12 dias, faleceu o poeta, de problemas cardíacos, Ele foi enterrado no mesmo túmulo que a filha, no Rio de Janeiro.

Seu jeito único de escrever, colocando no papel a emoção das palavras, faz com que Drummond, muitas vezes, fale por nós. A simplicidade e a originalidade de suas linhas têm a capacidade de nos transportar para nossa dimensão mais "gauche": a total liberdade de sentimentos que navegam entre o papel e o coração.


Eu não poderia expressar melhor. As palavras que teria sobre este sublime poeta brasileiro não caberiam na boca. Por isso deixo aqui minhas saudações ao Joséllio Carvalho pelo ótimo texto.

4 comentários:

  1. Pobrezinho do senhor Drummon. Ninguém comenta no post sobre ele. =(

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  2. Oi, Vinícius!
    Obrigado pelos elogios e por colocar o texto do nosso jornal na rede.
    Gostaria de saber como o jornal chegou até você.
    Abraços.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Bom, que Joséllio é brilhante, n preciso nem comentar. Afinal, CONHEÇO SEU TALENTO E SUA CAPACIDADE!

    Quanto ao blog, adorei!
    Amo poesia e acredito que CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, como disse Joséllio, TRADUZ MUITOS DE NOSSOS SENTIMENTOS...

    Parabéns Joséllio, congratulações Vinícius e deixo a vcs um trechinho, do autor em questão, que gosto muito:
    "...Mas as coisas findas
    muito mais que lindas,
    essas ficarão."

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