sábado, 16 de maio de 2009

Dom Quixote

de Miguel de Cervantes Saavedra

É preciso ser um pouco insano para melhor saborear esta obra magnífica. Como assim? Explico. Depois de ler muitos romances de cavalaria, o personagem-título acredita que é um cavaleiro andante, em época e lugar em que não existe tal coisa. Da mesma forma, os leitores da principal obra de Cervantes também precisam se deixar levar pela sua história. Caso contrário, não poderá extrair o seu sumo deliciosamente bem humorado e apreciar sua fragrancia de justiça e honra.

Os romances de cavalaria são o ponto de partida para a loucura de Dom Quixote e seu autor. O primeiro é dito louco por vivenciar essas histórias de donzelas e espadas, e o segundo por subvertê-las. Sim, subvertê-las. Pois ele escreveu esse livro justamente como uma forma de criticá-las. Mas não só isso, também as ressignificou através de sua obra.

Dizer mais é tirar a graça da leitura. Termino aqui com essa música da banda Os Mutantes, inspirada no Cavaleiro da Triste Figura:



A vida é um moinho
É um sonho o caminho
É do Sancho, o Quixote
Chupando chiclete
O Sancho tem chance
E a chance é o chicote
É o vento e a morte
Mascando o Quixote
Chicote no Sancho
Moinho sem vinho
Não corra me puxe
Meu vinho meu crush
Que triste caminho
Sem Sancho ou Quixote
Sua chance em chicote
Sua vida na morte
Vem devagar
Dia há de chegar
E a vida há de parar
Para o Sancho descer
E o Quixote sonhar
E os jornais todos a anunciar
Dulcinéia que vai se casar
Vê, vê que tudo mudou
Vê, o comércio fechou
E o menino morreu
Vê, vê que tudo passou
E a donzela casou
E o menino morreu
Dom Quixote cantar na TV
Vai cantar, vai subir