No início parece ser apenas uma história sobre um homem velho e triste. Com uma tristeza tão profunda que a leitura deste livro não seria recomendável para quem está em depressão (mas para os melancólicos como eu, é uma fina iguaria). Entretanto, se o leitor for perseverante e tiver força de vontade para prosseguir, perceberá que o livro não trata apenas disso.
Quando Herman Hesse escreveu essa história, ele tinha cinquenta anos. E ela tem haver com essa fase da vida, quando o futuro parece cada vez mais obscuro e o passado cada vez mais radiante. Porém, como alerta o próprio autor em uma nota que saiu nas edições posteriores a 1961, "este livro fala e trata também de outras coisas, além de Harri Haller e de seus problemas, (...) fala a propósito de um outro mundo mais elevado e indestrutível". E que, "embora retrate a enfermidade e a crise, não conduz à destruição e à morte, mas, ao contrário, à redenção."

PS.: Confira mais a respeito do autor em Sidarta e Demian.