terça-feira, 24 de março de 2009

Sidarta

de Hermann Hesse

"Om: 'o presente, o passado e o futuro'. É, segundo o upanixade de Manduquia, o mundo inteiro, expressado por uma única sílaba, e ainda tudo quanto pode existir fora dos mencionados três tempos. (...)". Logo nesta primeira nota de rodapé, da versão brasileira do livro, já se encontra toda sua essência. Mas, como o próprio personagem-título ensina (ou, pelo menos, como EU aprendi de sua filosofia), não é possível obter a sabedoria através de doutrinas ou mestres, senão da própria experiência de vida. Portanto, não perca teu tempo, caro leitor ou querida leitora, lendo o que eu escrevi sobre esta magnífica obra de Herman Hesse e vá diretamente à fonte. Se bem que, segundo esta fonte, o tempo não existe; tudo é uma coisa só. Então não importa se lerás ou não o meu texto. Mas já que leste até aqui, não vejo motivo para desistir agora.

"Sidarta" não fala da história do Saquiamuni, o Buda, mas de um pesonagem diferente, que teve origem e início de vida muito parecidas com as do Iluminado. Este até aparece durante a narração, mas como personagem secundário, só para ter sua doutrina criticada respeitosamente pelo protagonista. Quando este se encontra pela última vez com seu amigo de infância, Govinda, diz-lhe, a respeito do Buda, que "o gesto da sua mão me importa mais do que as suas opiniões. Não é nos seus discursos e nas suas idéias que se me depara a sua grandeza, senão unicamente nos seus atos e na sua vida". Enfim, isso mostra que Hesse faz uma interpretação pessoal das correntes filosóficas orientais.

Creio que já disse o bastante -- ou mesmo nada -- a respeito deste livro que muito significou pra mim. Espero sinceramente que meus parcos e fiéis leitores sintam-se tão tocados quanto eu.

3 comentários:

  1. Tava lendo até esses dias pra trás,mas parei nas primeiras folhas.O que gostei não foi da parte equilibrada,e sim da forma verborrágia que o livro encontrou em (des)dizer: "É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante".

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  2. Olá devoradores,
    Sou estudante de Jornalismo do 2º ano, e estou fazendo uma matéria sobre "blog de cultura". Gostaria de saber se há interesse em participar com uma entrevista. Para contato basta enviar um email para gi1m@hotmail.com

    Abraços

    Gisele

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  3. Ana Cecília29/06/2009, 22:02

    Conjugando o meu. Se bem que nada é meu, senão tudo. (...!)
    Sim, esse livro caiu em minhas mãos num momento de caos, logo, totalmente propício!;) Cada um tire dele o ensinamento que quiser, ou não tire nada. Mas pra mim o mais tocante foi me sentir cega numa grande busca ao ler o livro. Me identifiquei fortemente com Sidarta. De tanto buscar, não encontraras nada!Tanta intelectualidade ou espiritualidade de nada servem se nos fecharmos nelas, sistemas abertos que somos, como ja diria Maturana(pedantismo à parte) ou mesmo Kapra. Caminhos sem busca, sem buscar caminho algum, cantarolando por qualquer parte! Mas mais que todas essas palavras que não passam de "bla bla bla" há que se sentir o caminho, o vento na cara, o tropeço no pé...e por ai vai. Por aqui sigo na vontade de mais Herman Hesse, mas sem me cegar em caminho algum!

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