domingo, 26 de julho de 2009

Ensaio Sobre a Cegueira

de José de Sousa Saramago

A história se parece com um roteiro de cinema (tanto, que acabou virando um filme mesmo), mas o rítimo é de crônica joralística. Para mim, um graduando em Letras, a sua quase ausência de pontuação (com exeção das vírgulas) me faz torcer o nariz. Porém reconheço que isso torna a sua leitura mais frenética e empolgante. É possivel que o Ensaio Sobre a Cegueira seja muito mais do que seu título diz, pois fala muito mais do que aconteceria com a humanidade se ficassemos todos cegos, fala sobre o que há de mais mesquinho e podre e o que há de mais belo e perfeito dentro dos seres humanos. Como é frequênte nas obras de Saramago, a personagem principal é uma mulher. E é através desta que se nota toda a força e delicadeza de que as representantes do sexo feninino são capazes e como os homens estariam completamente perdidos sem elas, cegos ou não.

Li este livro quando estava fazendo a disciplina Literatura Portuguesa IV, com o professor Gerson Luiz Roani. Não era uma das obras que estavam sendo estudadas nem a que fora exigida para a avaliação. Mas foi o que li e apartir dessa leitura produzi o seguinte texto, entregue ao dito professor:
Sarama(r)go:

Um sujeito amargo.
Deveras saracástico.
Escreve o fantástico,
De forma crítica
E mítica.
É irônico e
Até mesmo cômico.
Talvez apenas um contista
Pessimista.
Mas é profundo e
De Portugal alçou o Mundo.


Quanto ao Memorial do Convento? Sinto em comunicar que não o li. O farei quando sua leitura não for uma obrigação; quando houver a oportunidade de dedicar o ócio e o prazer que esta obra merece. Ao invés disso li o Ensaio Sobre a Cegueira. Sei que este não é um dos livros do autor estudado que tocaram o professor, mas tocou a mim. E é isso que eu acho importante. Desculpe-me se isso lhe parecer irresponsável. Mas se buscar a origem latina da palavra responsabilidade, descobrirá que significa apenas a capacidade de dar resposta e, supõe-se, capacidade de dar respostas adequadas, próprias, originais e satisfatórias a estímulos que se recebe. Talvez esta não seja a resposta mais adequada à proposta de trabalho do professor, entretanto ela é própria e acredito que seja a mais original possível. E espero que seja satisfatória.
Como resultado, obtive a nota de 40% na disciplina e, portanto, fui reprovado. Não fiquei muito contente com isso. Entretanto também não lamentei. Pois não me preocupo com as notas que me dão, mas com o conhecimento que adquiro.