sexta-feira, 7 de março de 2008

Portugal dá Aval à Reforma Ortográfica

Fonte: UOL
O fim do trema em todo o vocabulário e de acentos em palavras como "vôo", "idéia" e "lêem" ficou mais próximo ontem, com a decisão do conselho de ministros de Portugal de aderir ao acordo ortográfico entre os países de língua portuguesa firmado em 1991.

A ratificação do texto pelo país depende ainda da aprovação pelo Parlamento da proposta elaborada pelos ministros. Se passar pelo Legislativo, o texto será submetido ainda ao presidente da República. Mas, segundo declarou à agência Lusa o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, "com a decisão agora tomada, o governo português está a exprimir a sua vontade política de se juntar aos outros Estados da CPLP".

No Brasil, o acordo ortográfico já foi aprovado pelo Congresso e, em tese, está em vigor, uma vez que, para isso, basta a assinatura de três países da CPLP. Além do Brasil, já ratificaram o texto Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

A implantação, porém, era adiada devido à não-adesão de Portugal. "Os países todos esperam Portugal, até porque se trata do país matriz do português", disse à Folha Luís Fonseca, secretário-executivo da CPLP. "Senão, estaríamos em uma situação bizarra de o acordo nos levar a três ortografias."

Os ministros portugueses estimam um prazo de seis anos para a implementação das mudanças. No Brasil, pode estar presente nos livros didáticos já daqui a dois anos.

O MEC disse ontem que o ministro Fernando Haddad se reunirá com representantes do Ministério da Educação português para definir um cronograma de implantação gradual.

Ainda não há um cronograma para a alteração das regras em outros escritos, como dicionários e obras literárias, afirma Nazaré Pedrosa, assessora internacional do Ministério da Cultura. "A adoção de uma nova ortografia tem de se dar de uma forma normal, não impositiva nem dramática."

Professores terão de ser treinados para ensinar as alterações, e todos terão de reaprender a ortografia, mas, para ela, não é preciso criar "alarme", já que, argumenta, todos se adaptaram à reforma de 1971. A reforma também será vantajosa, diz, para a adoção do português como língua de trabalho em organismos internacionais.


Quanto a minha opinião a respeito, creio que a língua ficará como que sem graça, visualmente falando. Gosto de por o trema nas "lingüiças" e nos "pingüins" e de acentuar as minhas "idéias" e os meus "vôos" de imaginação. Mesmo sabendo que estas mudanças trarão muitas vantagens para a comunicação entre os países lusófonos, parece-me que perderemos mais do que ganharemos com esta reforma, que futuramente poderá ser considerada "ex-trema".

terça-feira, 4 de março de 2008

E agora, Gregório?

de Leonardo Bursztyn (Móveis Coloniais de Acaju)
Quando acordou, Gregório Samsoniti
Tinha se tornado um horrível sanduíche
De frango compactado
De frango com aliche

Nem em seus mais terríveis pesadelos
Tinha picles no lugar dos cotovelos
E justo ele
Que tinha um futuro promissor
Como herdeiro de uma gigante do setor
De bolsas, malas e maletas

E agora, Gregório?
Não vou poder comparecer a seu velório
Não vou poder comparecer
E agora, Gregório
Não vou poder comparecer a seu velório
Não vou poder comparecer
Que final mais inglório
Numa lixeira de praça
Uma lixeira de praça
Praça de alimentação
Praça de alimentação

O caso de Gregório não foi isolado
Era sanduba de bacana pra todo lado
Se é bom pra você
Imagine pra mim
Ver o seu deputado devorado
Com alface e gergelim

Quem era foda
Se food
Quem era foda
Se food
Acabou-se a mamata

Seu Nestor
Celebrando
O fim da mamata
Seu Nestor e os incríveis previdenciários
Celebrando
O fim da mamata
Fazendo referência tanto ao poema "José", de Drummond, quanto ao livro A Metamorfose, de Kafka, esta música é literatura pura em forma de uma melodia alegre e divertida. Para conhecer mais do trabalho artístico dos autores desta "Metamorfossa", acesse o site oficial da banda.